No dia 26 de agosto, diretoras de grandes empresas se reuniram para discutir sobre liderança e protagonismo das mulheres em um encontro on-line promovido pelo WTC São Paulo Business Club
Muitas mulheres enfrentaram desafios para se adaptarem à rotina de home office forçada por causa do isolamento social devido à Covid-19. No dia 26 de agosto, empresárias e executivas de todo o país conversaram sobre esse processo de adaptação e sobre a importância de ter figuras femininas em cargos de liderança, principalmente em um momento tão delicado como esse. O encontro on-line teve a presença da presidente da Brenntag, Érica Takeda, da diretora regional da Corteva Agriscience, Claudia Pohlmann, da diretora corporativa do Grupo Fleury, Luzia Sarno, além das líderes do comitê, a presidente executiva CEO, Lídia Abdala e a projects communications Latin America, Juliana Sá.
O evento abordou como as características femininas de liderança são importantes em momentos delicados, citando a pandemia como exemplo, e como o protagonismo de executivas gera engajamento na equipe das empresas. Na avaliação de Luzia Sarno, as mulheres têm o diferencial de conseguirem olhar com delicadeza para todos ao redor de uma só vez. “Nós, mulheres, temos a sensibilidade de conseguir olhar para o problema como um todo, em vez de olhar para as situações segmentadas. Assim fica mais fácil orientar e apresentar soluções de maneira mais rápida e efetiva, pois cada funcionário é diferente e precisamos ter essa atenção”, explicou.
As empresárias relataram o sofrimento de diversas funcionárias com o aumento e a sobrecarga de trabalho, devido ao fato de estar mais tempo em casa. Além das tarefas profissionais e domésticas, quem é mãe passa o dia inteiro com os filhos, precisa ajudar nos exercícios escolares, nas aulas on-line e essa mudança repentina na rotina provoca um desequilíbrio psicológico. A diretora regional da Corteva Agriscience, Claudia Pohlmann, falou sobre a importância dos diretores e empresários pensarem na saúde mental dos funcionários. “É um momento diferente; a rotina mudou de maneira repentina e foi possível observar que nós temos o olhar mais cuidadoso nesse sentido”, afirmou a diretora. Érika Takeda, presidente da Benntag, completou: “temos que olhar para outras mulheres e querer ajudá-las em vez de impor cobranças. É o momento de colaboração, de oferecer ajuda psicológica e profissional”.
As líderes do Comitê de Mulheres Executivas do WTC São Paulo Business Club, Juliana Sá e Lídia Abdala, tocaram em um ponto importante no debate: o aumento da violência doméstica no período de isolamento social. Passando a maior parte do tempo em casa, o número de casos de mulheres violentadas consequentemente aumentou. “Nós, que ocupamos cargos de liderança, temos que fazer com que nossas funcionárias não se sintam desamparadas nesse momento difícil. Como temos a vantagem de contar com a sensibilidade aflorada, o desejo de cuidar do outro, esse é o momento de fazer isso”, declarou Lídia.